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Dear friends,
I am honoured to mark the opening of the long-awaited Aristides de Sousa Mendes Museum.
And I commend everyone who has worked so hard to make this vision a reality.
Aristides de Sousa Mendes was a beacon of courage, compassion, and conviction in a world of total moral collapse.
He faced a stark choice: to follow his governments’ orders or to save lives.
He chose the latter.
With the Nazis fast-approaching Bordeaux, Aristides de Sousa Mendes knew he had no time to waste.
He ignored his government’s infamous “Circular 14” denying visas for refugees’ safe passage to Portugal — with Jews named specifically in the order.
And from his post at the Portuguese Consulate, he took action.
Working day and night, he established a rapid system to stamp and sign passports and issue lifesaving visas.
To save time and issue more visas, his signature grew shorter and shorter — from Aristides de Sousa Mendes…to Sousa Mendes…to simply Mendes.
In all, over the course of a few sleepless nights in June 1940, he issued thousands of visas.
His legacy is lives saved and lives lived – including a young girl who, years later, would become the mother of my own spokesperson at the United Nations.
For his extraordinary act, Aristides de Sousa Mendes was personally reprimanded by the dictator, António de Oliveira Salazar, and expelled from the diplomatic corps without pension.
Aristides de Sousa Mendes died in poverty.
But in the decades since, the magnitude and bravery of his actions has gradually been recognised. And steps taken to right the wrongs against him.
This museum – in his ancestral home – is a critical part of those efforts:
Teaching present and future generations about his immense bravery and the horrors of the Holocaust.
Its inauguration comes at a vital time.
Today, our world is dangerous and divided.
The number of people forced from their homes is at a record high.
And hatred and intolerance – including antisemitism, anti-Muslim bigotry and attacks against Christians and other groups – are rife.
We are at risk of forgetting our shared humanity.
In this context, the example of Aristides de Sousa Mendes shines bright.
So, let us be inspired by his memory. Let us take courage from his bravery.
Let us commit to defend human rights and dignity for all;
And to stand up against discrimination, intolerance, and hate whenever and wherever they appear.
The United Nations is with you every step of the way.
Thank you.
*****
Caros amigos,
É para mim uma honra ter a oportunidade de me associar à cerimónia de inauguração do tão aguardado Museu Aristides de Sousa Mendes.
E gostaria de felicitar todos os que trabalharam arduamente para tornar este ambicionado projeto numa realidade.
Aristides de Sousa Mendes foi um bastião de coragem, de compaixão e de convicção num mundo em total colapso moral.
O diplomata viu-se perante uma escolha difícil: seguir as ordens do seu governo ou salvar vidas.
Escolheu salvar vidas.
Com a chegada iminente dos nazis a Bordéus, Aristides de Sousa Mendes sabia que não tinha tempo a perder.
Ignorou a infame “Circular 14” do seu governo, que negava vistos de passagem segura de refugiados para Portugal e que designava explicitamente refugiados judeus.
E a partir do seu posto no Consulado de Portugal, tomou medidas.
Trabalhando dia e noite, Aristides de Sousa Mendes estabeleceu um sistema rápido para carimbar e assinar passaportes e emitir vistos que salvaram vidas.
Para poupar tempo e emitir mais vistos, a sua assinatura foi ficando cada vez mais curta — de Aristides de Sousa Mendes…para Sousa Mendes…para, simplesmente, Mendes. Ao longo de algumas noites sem dormir, em junho de 1940, ao todo, emitiu milhares de vistos.
O seu legado consiste em vidas salvas e vidas vividas – incluindo uma jovem que, anos mais tarde, se tornaria a mãe do meu próprio porta-voz nas Nações Unidas.
Pelo seu ato extraordinário, Aristides de Sousa Mendes foi pessoalmente repreendido pelo ditador António de Oliveira Salazar e expulso do corpo diplomático sem qualquer pensão.
Aristides de Sousa Mendes morreu na pobreza.
Mas nas décadas seguintes, a magnitude e a bravura das suas ações foram gradualmente reconhecidas. E foram tomadas medidas para corrigir as injustiças de que foi alvo.
Este museu – na sua casa ancestral – é uma parte fundamental desses esforços:
Ao ensinar as gerações presentes e futuras sobre a sua imensa coragem e os horrores do Holocausto.
A inauguração do Museu acontece num momento crucial.
Hoje, o nosso mundo é perigoso e está dividido.
O número de pessoas forçadas a abandonar as suas casas atingiu um nível recorde.
E o ódio e a intolerância – incluindo o antissemitismo, o anti-islamismo e os ataques contra cristãos e outros grupos – são frequentes.
Corremos o risco de esquecer a nossa humanidade partilhada.
Neste contexto, brilha o exemplo de Aristides de Sousa Mendes.
Por isso, deixemo-nos inspirar pela sua memória. Ganhemos coragem com o exemplo da sua bravura.
Assumamos o compromisso de defender os direitos humanos e a dignidade para todos;
E de combater a discriminação, a intolerância e o ódio quando e onde surgirem.
As Nações Unidas estão convosco ao longo deste caminho.
Muito obrigado.